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8 aplicabilidades dos probióticos para a saúde do paciente

Atualizado: 13 de fev. de 2023


Os probióticos possuem a definição de: “microrganismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, conferem benefício para a saúde”, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. Esse conceito, apesar de sua evolução ao longo do tempo, possui base em observações que remontam de 1907, quando Elie Metchnikoff sugeriu que o consumo regular de produtos lácteos fermentados com bactérias ácido-lácticas, como o iogurte, estava associado à melhora da saúde e da longevidade. Com o passar dos anos, mais enfoque e pesquisas foram dadas a esse tema.


Apesar da grande variedade de bactérias probióticas encontradas em pesquisas, como lactobacillus acidophilus, lactobacillus casei shirota, lactobacillus rhammnosus, lactobacillus defensis, lactobacillus bulgaricos, bifidobacterium bifidum, bifidobacterium animallis, bifidobacterium lactis, bifidobacterium longum, streptococcus salivarius e thermophillus, a maioria dos probióticos comerciais são cepas específicas de bactérias do gênero Lactobacilos, Bifidobactéria e Saccharomyces, e menos comum os Bacillus, Propionibacteria, Enterococcus, Pesicocus, Streptococcus e Escherichia. Os probióticos vivos podem ser encontrados tanto em alimentos, como iogurte, leite fermentado, missô, tempeh, kombucha, como também em suplementos.


Mas como os probióticos atuam?


Os probióticos exercem papel protetor importante na saúde humana, pois atuam sobre a microbiota no trato gastrointestinal através da colonização e da atividade transitória das bactérias. Devido ao aumento contínuo de pesquisas na área, o conceito de probióticos e as suas aplicabilidades foram evoluindo, e hoje sabe-se que a suposição de que os efeitos eram mediados por meio da interação direta com a microbiota comensal, não abarcam todas as possibilidades de atuação destes.


Anteriormente, os efeitos dos probióticos eram definidos como uma contribuição para o equilíbrio microbiano intestinal ou como a melhora das propriedades da microflora nativa. No entanto, a definição consensual atual de probióticos estipula que os efeitos dos probióticos não são considerados apenas mediados pela microbiota, ou seja, os probióticos funcionam de maneiras que podem atuar além de afetar a microbiota colonizadora, o que incentiva a inovação no campo.


8 aplicabilidades dos probióticos


1- Controle da microbiota intestinal: A microbiota intestinal exerce influência considerável sobre série de reações bioquímicas do hospedeiro, e os probióticos apresentam influência benéfica através de seus efeitos antagônicos e a competição contra microrganismos indesejáveis, além dos efeitos imunológicos, como a imunidade da mucosa e a permeabilidade intestinal.


2- Estabilização da microbiota intestinal após o uso de antibióticos: A utilização de antibióticos acaba por afetar negativamente a microbiota intestinal, uma vez que não há uma seleção das bactérias a serem “excluídas”. Assim, os probióticos auxiliam a recompor a microbiota intestinal, através da adesão e colonização da mucosa intestinal.


3- Promoção da resistência gastrintestinal à colonização por patógenos: Através de um mecanismo denominado "exclusão competitiva" (competição por sítios de adesão, da competição por nutrientes e/ou da produção de compostos antimicrobianos), os probióticos impedem a colonização da mucosa por microrganismos potencialmente patogênicos.


4- Diminuição da população de patógenos: através da produção de ácidos acético e lático, de bacteriocinas e de outros compostos antimicrobianos, os probióticos conseguem competir e excluir patógenos da microbiota.


5- Promoção da digestão da lactose em indivíduos intolerantes à lactose: A ação de microrganismos, como as bactérias láticas, caracterizam-se pela liberação de diversas enzimas no lúmen intestinal, que exercem efeitos sinérgicos sobre a digestão, aliviando sintomas de deficiência na absorção de nutrientes. Dessa maneira, as bactérias láticas conseguem auxiliar a quebra da lactose no intestino por meio da produção da enzima b-D-galactosidade.


6- Estimulação do sistema imune: Cepas específicas de bactérias e leveduras possuem a capacidade de exercer efeitos benéficos na função imune, através da estimulação, modulação e regulação da resposta imune inata do hospedeiro, por meio das células epiteliais, células dendríticas, macrófagos e estimulação da produção da imunoglobulina A secretora (IgA), com efeitos locais e sistêmicos. Funcionam também como uma barreira, e, consequentemente, melhoram a função de barreira da mucosa intestinal.


7- Alívio da constipação: A fermentação de alguns carboidratos prebióticos por bactérias probióticas presentes na microbiota podem estimular a motilidade do cólon, além de auxiliar indiretamente no controle da constipação, através do aumento do fluxo sanguíneo e espessamento da mucosa.


8- Efeitos sobre a concentração sanguínea de lipídios: As bactérias probióticas fermentam os carboidratos não-digeríveis (fibras alimentares/prebióticas) provenientes dos alimentos no intestino, resultando em ácidos graxos de cadeia curta, componentes relacionados com a diminuição das concentrações sistêmicas dos lipídeos sanguíneos, através da inibição da síntese de colesterol hepático, assim como da redistribuição do colesterol do plasma para o fígado.


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Referências bibliográficas

SAAD, Susana Marta Isay. Probióticos e prebióticos: o estado da arte. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, [S.L.], v. 42, n. 1, p. 1-16, mar. 2006. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s1516-93322006000100002.


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